Resumo:
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio crônico incapacitante, de
caráter irreversível e de etiologia indefinida que se manifesta nos primeiros três anos
de vida e perdura até a idade adulta, sendo destacado a maior prevalência em
meninos do que nas meninas. Caracteriza-se pela dificuldade de interação social e da
linguagem falada. Muitos autores relatam que o autismo é multifatorial, associado a
fatores genéticos e neurobiológicos. O presente trabalho teve como objetivo avaliar e
compreender métodos através da literatura sobre os desafios encontrados no âmbito
clinico odontológico, com ênfase em pacientes com o TEA, voltado para a
odontopediatria. Foi realizado uma revisão da literatura nacional e internacional, de
forma criteriosa e sucinta por meio da busca bibliográfica nas bases de dados SciELO,
Science Direct, PubMed. O manejo odontológico é limitado diante dos movimentos
repetitivos e as estereotipias presentes nesse transtorno. A respeito à saúde bucal,
crianças com TEA costumam apresentar uma alta prevalência de cárie e doenças
periodontais, decorrente de dietas cariogênicas e a má higienização do meio bucal
devido suas limitações motoras e a hipersensibilidade sensorial, sendo dependente
na maioria das vezes por seus pais em suas necessidades diárias. Dentre o manejo
comportamental do autismo no atendimento odontológico os métodos facilitadores
estão o TEACCH, ABA e PECS, incluindo uma série de técnicas básicas de orientação
como, o Tell-Show-Do (dizer-mostrar-fazer), controle de voz, distração,
dessensibilização, reforço positivo-negativo e recompensa. No entanto, a resistência
ao tratamento odontológico requer técnicas alternativas, como a estabilização
protetora, sedação via oral com benzodiazepínicos, sedação inalatória com óxido
nitroso e oxigênio, e anestesia geral são a única alternativa. É de grande importância
que o primeiro contato com o cirurgião dentista ocorra o mais previamente possível.
Podemos concluir que o atendimento odontológico em pacientes com o TEA é
realmente complexo e requer uma abordagem multidisciplinar para melhor atendê-los.