Resumo:
A sífilis congênita ainda é considerada um importante problema de saúde pública, apesar de ser de fácil diagnóstico e totalmente evitável quando o tratamento da gestante e de seu parceiro é realizado de maneira adequada. É causada pela bactéria Treponema pallidum, e em sua sintomatologia menos grave, incomoda pouco o paciente, o qual dificilmente procura assistência médica, fazendo isso em fases tardias quando consequências até irreversíveis, já estão presentes. A incidência da sífilis congênita representa um importante indicador da qualidade da atenção á saúde materno-infantil e estima se que a cada ano 12 mil recém-nascidos no Brasil apresentem a doença. Dentre as várias doenças que podem ser transmitidas durante o ciclo gravídico-puerperal, a sífilis é a que apresenta as maiores taxas de infecção através da transmissão vertical, quanto aos desfechos, o aborto espontâneo, o feto natimorto ou a morte perinatal estão presentes em aproximadamente 40% das crianças infectadas a partir de mães não tratadas. Diante do exposto, o presente estudo teve por objetivo propor a discussão e a análise dos dados obtidos no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) referente às internações hospitalares por sífilis congênita no Estado de Alagoas no período de 2011 a 2021. O estudo então mostrou que no período estudado, o estado de Alagoas teve 4.229 internações hospitalares decorrentes da sífilis congênita, além disso, outro achado foi que a grande maioria dos acometidos por tal agravo são crianças menores de um ano. Este resultado mostra que apesar dos esforços e estratégias criadas para o enfrentamento da sífilis congênita no estado e em todo Brasil, tais ações ainda são ineficazes. A OMS estima que, globalmente, 1,5 a 1,85 milhão de mulheres grávidas estão infectadas com sífilis anualmente e metade delas tem filhos com resultados adversos, fato este que mostra a fragilidade da saúde pública no Brasil e no estado em si, demonstrando que a assistência ao pré-natal ainda é feita de maneira inadequada, sem os devidos cuidados e que ainda muitas mulheres não possuem acesso a essa etapa tão importante e essencial na vida da gestante e da criança. Faz-se necessário que este agravo seja enfrentado intensivamente por gestores e profissionais da área da saúde, tanto no rastreio quanto na condução dos casos, além de ser essencial a adoção de medidas profiláticas e a criação de novas estratégias.