Resumo:
Todos os anos morrem mais pessoas por suicídio que por HIV, câncer de mama e até mesmo guerras. Cerca de 700 mil pessoas cometem suicídio por ano segundo a OMS, e para cada pessoa que se mata pelo menos outras 20 tentam se suicidar, aumentando o risco de desfecho fatal a cada nova tentativa. Incialmente pode ser difícil prevenir a tentativa inicial, mas uma vez que o paciente tenta o suicídio e é socorrido, ele é atendido na rede de urgência e emergência, onde a enfermagem desempenha papel primordial na assistência ao paciente. Esse trabalho avaliou a conduta assistencial da enfermagem frente ao paciente que tentou suicídio e as formas
de melhoria da qualidade assistencial. Para isso, foi realizada pesquisa de levantamento bibliográfico de fontes indexadas como, Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), LILACS, e PUBMED, e repositório de Periódicos da CAPES selecionando artigos compreendidos no período entre 2012 a 2022. A partir da análise do material coletado foi constatado o grande potencial da assistência de enfermagem nos casos de tentativa de suicídio visto serem os profissionais que acompanham o paciente em todo o período de tratamento na urgência e emergência. Entretanto, de acordo com o levantamento, o potencial terapêutico da assistência de enfermagem fica em sua maioria reduzido, devido à
assistência atual ser majoritariamente voltada para os componentes biológicos do cuidado. Como resultado deste trabalho ficou evidente a necessidade de um autoconhecimento e desconstrução de estigmas socioculturais sobre o suicídio, associado a uma formação mais robusta em saúde mental, seja na graduação ou na formação continuada para que o potencial terapêutico dos cuidados de enfermagem seja prestado com maior qualidade.